
Afoxé Ará Omim. Foto: Samuel Calado
HIERARQUIA DENTRO DOS AFOXÉS
Sendo uma entidade política e cultural, o afoxé possui em sua estrutura uma hierarquia, onde as pessoas mais antigas e ativas no grupo possuem papéis de lideranças. Essa estrutura é baseada da seguinte forma:
Presidente: Executa toda a parte política e elaboração de projetos, junto com os diretores.
Vice-presidente: Assume a organização interna junto com os demais diretores.
Diretoria de alabê: Executa as oficinas de percussão e cria os arranjos musicais.
Diretoria de Dança: Cria as coreografias e realiza oficinas de dança.
Conselho fiscal: Fiscaliza tudo o que entra e sai de recursos na entidade.
Tesoureiro: Assina junto com o presidente, visto que tudo precisa ser assinado por duas pessoas.
Secretaria: organiza a parte documental da entidade.
Conselho religioso: Responsável por cuidar da parte espiritual. É ele quem cuida da manutenção da força que o afoxé leva para as ruas.
Diretoria de patrimônio: Realiza o inventário de tudo o que existe na instituição e mantém tudo conservado.
Vale salientar que mesmo diante desta base, cada afoxé tem sua forma de organizar os integrantes. Tem pessoas que desempenham duas ou mais funções como o presidente do Obá Iroko, Clovis Ramos, do bairro de Água Fria, que além de líder e vocalista, é sacerdote, compositor, costureiro e percussionista. “A gente tem que se transformar em mil para continuar com o grupo nas ruas”, reforça.
Mesmo existindo essa hierarquia nas entidades culturais, todos possuem voz e participam ativamente das decisões, como conta o presidente do Afoxé Alafin Oyó, Fabiano Santos, da comunidade do V8, no Sítio Histórico de Olinda. “O diálogo é constante dentro do grupo e as regras são repassadas de forma horizontal. Somos de matriz africana, onde o Ubuntu, ou seja, o coletivo está sob todas as ações”, explica.
Por questões de Direitos Autorais, a reprodução do conteúdo só poderá ser feita mediante contato com o produtor.